Quem sou eu

Minha foto
Nasci em Pres. Prudente, me formei em jornalismo pela Unesp de Bauru. Morei quatro anos nos Estados Unidos, onde estudei Inglês na Rutgers University of Newark - New Jersey. Completei 20 anos de carreira trabalhando nas redações das TV's Bandeirantes, SBT, Record e afiliadas da Rede Globo. A maior parte do tempo como repórter. Também dei aula de redação jornalística na Universidade Federal de Mato Grosso - Cuiabá. Fui editora de texto por 5 anos na TV TEM de São José do Rio Preto. Atualmente trabalho na Secretaria do Meio Ambiente. Tenho um interesse profundo pela poesia. Na fila para edição estão um livro de poesias e um infantil. O poema "Dilata" postado nesse Blog foi pra fase regional do Mapa Cultural Paulista. O romance "A queda da Manga" foi uma das quatro obras selecionadas pelo 'Concurso Nelson Seixas' de fomento à Cultura de Rio Preto. Gosto de gente simples, verdadeira. Do mesmo jeito que curto interagir com as pessoas, também fico muito bem sozinha.

domingo, 19 de setembro de 2010

Êxodo

Valadares era um homem bom
Veio de jegue da Bahia
Largou tudo lá
Vendeu barraco, o sapato
E todos os seus pertences
Vendeu a nega por um preço bom
Pois ela tinha três dentes de ouro
Foi prá São Paulo
Montou tabacaria
Nunca mais ficou à pé
Sofisticou seu jegue, espora e tudo
Sela de couro bordada
Pele de carneiro prá amaciar
Mandou pro conserto
Duas cuecas frouxas
Deu jeito na vida
Enviou postais
Prá famiagem lá
Museu do Ipiranga, Empurra-empurra, Praça da Sé,Viaduto do Chá
Mandou beijo prá Cida
Disse que logo ia voltar prá buscar
Porém um dia Valadares caiu
Tabacaria faliu
E o jegue morreu
De fumaça e de frio
Valadares gritou
Mas ningúém ouviu
Entre carros e buzinas
Valadares sumiu
Devendo prá todo mundo
Veio carta da prefeitura
Conta de água, luz, aluguel
A despesa do armazém do Seu Manoel
Do boteco do Seu Miguel
Que se conformaram em receber no céu
Valadares sumiu
São Paulo o engoliu
Estaria na Lapa
Na Penha ou na Mooca
Foi aberto inquérito
Por apropriação indébita
Sonegação e outros bichos
Valadares injuriou
Desta vida de cão
Deu saudade do coqueiro, acarajé, sol, banho de mar
Valadares foi pro ar
De tanto sonho de voltar
Mas como se não tinha mais
O jegue prá levar?

Nenhum comentário:

Postar um comentário