A ciência: 'ver pra crer'
A religião: 'crer pra ver'
O ser humano: 'ter pra ser'
Shakespeare: 'ser ou não ser'A ciência: 'ver pra crer'
A religião: 'crer pra ver'
O ser humano: 'ter pra ser'
Shakespeare: 'ser ou não ser'E como melhor intento, escolhi o tormento
O enfrentamento da chuva, da fúria, do vento...Aceito em mim o que não cabe no mundo, por isso trago aqui dentro loucos, inquietos e angustiantes. Também trago revolucionários que chacoalham estantes. Leitores, guerreiros, que agem sem pensar antes. Irreverentes, contestadores, autênticos. Tão diferentes e tão idênticos... Poetas, anônimos, heterônimos. Você não sabe, mas os aceito, a dançar e a sangrar-me o peito. Me acariciam na solidão
O artista é emoção até os dentes, é peleja dos sentidos, é palavra morta ressemeada, cambaleante, sobrevivente!
Irmão mais velho, 14 anos, chicoteia o cavalo pra terminar logo a coleta de papelão. Irmão mais novo, 11 anos, nunca foi à escola e deitado na carroça cheira cola.
Aniquilei o silêncio
Na solidão do meu quarto
Implodi o meu parto
Quando a noite invadia a casa, frestas
de luz se acendiam.. Infinitudes logo ocupavam, corpo e poesia. No meu coração em branco, você escrevia o amor. Aos poucos eu podia ser lida. Éramos corpoesia...Flores colhidas do jardim. No quintal alguém plantava um pé de fruta. A porta da casa da minha mãe ficava sempre aberta e era esperança escancarada no bem. Parentes e amigos transportavam sorrisos pelos cômodos sem qualquer competição. Café quentinho. Um bichano no sofá espreguiçava o tempo... A gente pensava que
A vida é uma circunsferência, formada por coerências e negligências. Longe de começo e fim, é apenas o meio. O tempo latente, mero personagem. O corpo presente,
é só instrumento. O pensamento insistente, nem sempre nos torna mais gente...Com alma inquieta vou de rainha a indigente, me mato e me salvo. Bem-vindos à existência, campeonato de tiro ao alvo.Às vezes afago, às vezes afogo. Não é trocadilho, é alma fora dos trilhos.
É trem desembestado a procura de caminho. Não é vôo, é ninho. Não é resposta, é pergunta. Não é pássaro, é ar. Não é simples busca, é vida brusca. E mesmo cansada peço bis. Está na ousadia afiada, meu insensato raio x.