Quem sou eu

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Nasci em Pres. Prudente, me formei em jornalismo pela Unesp de Bauru. Morei quatro anos nos Estados Unidos, onde estudei Inglês na Rutgers University of Newark - New Jersey. Completei 20 anos de carreira trabalhando nas redações das TV's Bandeirantes, SBT, Record e afiliadas da Rede Globo. A maior parte do tempo como repórter. Também dei aula de redação jornalística na Universidade Federal de Mato Grosso - Cuiabá. Fui editora de texto por 5 anos na TV TEM de São José do Rio Preto. Atualmente trabalho na Secretaria do Meio Ambiente. Tenho um interesse profundo pela poesia. Na fila para edição estão um livro de poesias e um infantil. O poema "Dilata" postado nesse Blog foi pra fase regional do Mapa Cultural Paulista. O romance "A queda da Manga" foi uma das quatro obras selecionadas pelo 'Concurso Nelson Seixas' de fomento à Cultura de Rio Preto. Gosto de gente simples, verdadeira. Do mesmo jeito que curto interagir com as pessoas, também fico muito bem sozinha.

sábado, 5 de dezembro de 2020

Dúvidas

Como viver sem livros, natureza, amigos? Como não ser

escravo do dinheiro, combater o fracasso, merecer um abraço? Como conviver com a ignorância, a corrupção, vazios? Como entender a hipocrisia, o bem e o mal, a falta de justiça social? Como lidar com a negação da gentileza, a ausência de comida na mesa, o excesso de orgulho? Como dormir com esse barulho? É sempre assim. No final do dia, o cansaço de aprender com o que me encanta e o que me espanta...


domingo, 18 de outubro de 2020

Inundação

Eles conversavam de um jeito peculiar. Ele
a amava tanto que disse que o seu amor estava represado. Ela disse pra ele abrir as comportas. Ele disse que o mundo não comportaria...

sábado, 17 de outubro de 2020

As aberturas

Sonhei com você. Me entregava um molho de chaves com barbantes apertados. Mas por alguma razão, enxerguei aberturas... O molho de chaves era uma daquelas simbologias que a gente interpreta porque o coração está cansado... Então entendi que deveria seguir confiante e livre de amarras...Que depois das portas eu deveria escancarar as janelas...Que depois das janelas haveria pássaros e  árvores e sol... Que só há vida onde há aberturas...


domingo, 11 de outubro de 2020

Nascente

Não eram jóias caríssimas. Não eram viagens fantásticas. Não eram luxos inesquecíveis. As grandezas insubstituíveis estavam no ignorado. O amor era a nascente da matinha. Gota a gota, fazia existir um rio inteiro...

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Meu anjo


Às vezes sinto que você é o meu anjo...Discreto, mas certo de sua tarefa. Eu na outra ponta, um misto de amiga do passado ou de alma de outros tempos? Você me acompanha...Joga perguntas na minha mente mostrando que o amor atemporal é feito de incômodos inevitáveis, de necessários despertares, de lembranças, de lágrimas, de esquecimento. Mas você sempre está presente, no tempo físico e na falta dele. Você é meu ninho Invisível! E eu? Pássaro rebelde a viver o amor e a incompreensão pela falta de carinho no mundo...Sim, você é meu anjo! Guardemos esse segredo, que sua tarefa não é nada fácil..

domingo, 20 de setembro de 2020

Descoberta

Ele acreditava que as respostas ficavam num eixo localizado entre a latitude e a longitude da alma e que por isso a vida estava desvendada. Engano. Havia respostas caleidoscópicas, hemisférios obscuros, vértices trêmulos, verdades mutantes, oxítonas tímidas, tormentas escondidas, pêndulos confusos, posturas flácidas. Quando a profundidade escancarava seus tentáculos, ele desejava a superfície. Inútil! Havia 

perguntas empilhadas, dúvidas maltrapilhas, cúpulas dissimuladas, âmagos vazios, intenções mutiladas, murmúrio de caminhos, rótulos oportunistas, nenhuma pista. Ele desejava a brisa, mas foi sugado pela ventania. Era nela que estava a linguagem do vento, que nasceu pra mudar tudo de lugar. Era fato. Quando sucumbiu, ele a tudo descobriu.

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Presença

Você, presente ou ausente, ocupa os poros da minha mente, fervilha o amor. É curiosa essa sua presença. Como o vento, toca, sem se deixar ver...


Lance

 É preciso ser breve e preciso, à velocidade que entregamos a nossa vida...


Cordel de eleição

A corrupção começa, de um jeito velado. É toma-lá-dá-cá, do palanque ao mercado. Pois cuidado meu amigo, que vota por interesse. Quem ignora o coletivo, é como se desaparecesse. Pois o papel da política é cuidar do bem comum. Aprenda: voto não se vende, por dinheiro nenhum! Intenção já  corrompida é carroça antes dos bois. Se tudo der errado, como cobrar depois???

Ousadia

Rabisco

Pois a vida

É um risco...


terça-feira, 8 de setembro de 2020

O relógio

Marca chance, desafio. Vida e dor é o que mais conta. Espalha seus minutos tiquetaqueando, como uma mãe de incontáveis filhos. Ao peso de cada segundo, suspende o ponteiro preguiçoso das horas, que feito mágica, avança. Conta o amor e a falta dele. Sob seus efeitos estão em fila todos os mortais. Pela janela, o tempo, nem tão bom, nem tão agressivo, mira a flor, que dentro de instantes morrerá...

domingo, 6 de setembro de 2020

Abandono

Delira a mulher idosa. Balbucia na espuma da boca, nenhuma palavra audível. Alucina-se com flores amarelas e ninguém sabe o motivo. Não se lembra da infância, da mocidade, nem do nome dos filhos. Uma avenida escura no tempo, cravou o peito sem piedade, apagando as lembranças. Por ironia, o esquecimento é inofensivo como uma navalha deitada. Ela está só e disso sabe. Mas é inútil entender agora o desbravador caminho das rugas, as flores amarelas que vêm como um relâmpago na memória. Quieta ela olha pra janela,

então faz o que lhe resta.  Aspira a alucinação perfumada. Deixa um sopro a levar pela fresta...

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Aprendi com os amigos

 "Amor, é o contrário de preguiça" (Pês). "Perdoar é não devolver a ofensa"(Momente). "Quando você está em ausência, fica do tamanho do mundo"(Waldery). "A morte é uma saudade que não tem jeito"(Canela). "Era uma vez dois amigos. Um se chamava outro e o outro se chamava um" (Biba). "Os tiranos nos

jogam pra frente"(Vinícius). "Somos o caseiro da fazenda de Deus. Temos que cuidar de toda a criação".(Chrishna)

quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Relato

 O mundo é um eixo imaginário,

sob trópicos imaginários
É um beijo ordinário
sobre bocas carentes
É um jeito doce e falsário, sob uma única realidade:
A dança dos insanos!
Se quisermos melhor, que sejamos mais humanos...

terça-feira, 1 de setembro de 2020

Experiência

Quando te vi, era só faísca, como a que a gente descobre numa aula de ciências na infância. Pro fogo surgir, era preciso apenas dia quente, lupa, folha seca, reflexo do sol na folha e pronto! Primeiro subia fumacinha e depois um foguinho, que logo corroía a folha diante de nossos olhos fixos...Quando te amei, havia lupa aumentando a importância das coisas, em pouco tempo tinha sol rondando, eu folha fui me tornando alvo propício. Fumaça virou incêndio, chama se alastrou por dentro. Foi tanta dor, tão pouca ciência...Triste ver o que sobrou, desta louca experiência...

sábado, 29 de agosto de 2020

Comandos

A ciência: 'ver pra crer'

 A religião: 'crer pra ver'

O ser humano: 'ter pra ser'

Shakespeare: 'ser ou não ser'


Quem me dera entender
O que me faz emudecer...

Desprendimento

Descobri liberdade a esmo

E como melhor intento, escolhi o tormento

O enfrentamento da chuva, da fúria, do vento...

Meia luz


A vantagem de chorar à meia luz, é ter  a impressão de que o choro já foi o bastante, quando na verdade, só está começando...

A queda

Fruta doce

Fruta madura

Por quê tens no auge


A queda?

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Meus eus

Aceito em mim o que não cabe no mundo, por isso trago aqui dentro loucos, inquietos e angustiantes. Também trago revolucionários que chacoalham estantes. Leitores, guerreiros, que agem sem pensar antes. Irreverentes, contestadores, autênticos. Tão  diferentes e tão idênticos... Poetas, anônimos, heterônimos. Você não sabe, mas os aceito, a dançar e a sangrar-me o peito.  Me acariciam na solidão 


e me mostram o que ninguém quer ver. A palavra incendiada, a fratura exposta, a urgência em ser.



quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Lorena

O artista é o corpo das almas e tudo está nele, a regenerar-se, do escárnio ao êxtase.

O artista é emoção até os dentes, é peleja dos sentidos, é palavra morta ressemeada, cambaleante, sobrevivente!

Para lutar

Se eu pudesse te daria, borboletas todo dia. Asas da sabedoria, que transportam sintonia...E de quebra pra voar, livros, cor, vento e ar...Algo para te enfeitar, flores, pólen, querubins, que desprezam qualquer medo e revelam nos ouvidos, os segredos dos jardins...

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Cotidiano

Irmão mais velho, 14 anos, chicoteia o cavalo pra terminar logo a coleta de papelão. Irmão mais novo, 11 anos, nunca foi à escola e deitado na carroça cheira cola. 


Até o céu benevolente, ao ver o menino se sente impotente. Ele não quer ficar louco, ele não quer chamar a atenção. Mas anestesiar a  falta de amor, de comida e de educação...

Segredo

Aniquilei o silêncio

Na solidão do meu quarto

Implodi o meu parto

Pois que amo

Alguém que não sabe que o amo

terça-feira, 25 de agosto de 2020

"Corpoesia"

Quando a noite invadia a casa, frestas

de luz se acendiam.. Infinitudes  logo ocupavam, corpo e poesia. No  meu coração em branco, você escrevia o amor. Aos poucos eu podia ser lida. Éramos corpoesia...

domingo, 23 de agosto de 2020

Casa da minha mãe

Flores colhidas do jardim. No quintal alguém plantava um pé de fruta. A porta da casa da minha mãe ficava sempre aberta e era esperança escancarada no bem.  Parentes e amigos transportavam sorrisos pelos cômodos sem qualquer competição. Café quentinho. Um bichano no sofá espreguiçava o tempo... A gente pensava que  

eram fragmentos de felicidade, mas na verdade, eram de eternidade...

Sopro

Tudo o que há de intraduzivel pousou no seu olhar. Sua boca silencia e seu  corpo vive em chamas, tu me chamas. Já me foge a sua fuga, me deixa sem nada nas mãos a dizer adeus...
 É que neste instante, pousa no ar que respiro, seu sopro mágico, manso, seu lábio vermelho, distante. Sua vida em mim.

sábado, 22 de agosto de 2020

Plantio

Estou reflorestando minha mente. Abrindo espaços para sementes variadas. Estou levando vida a pensamentos áridos. Logo haverá sombra e frescor. Não há como não receber os passarinhos depois...

Matemática inexata

Quanto correr para não ser alcançado? Quanto agir para não ser derrotado? Como reinventar o infinito cansado?

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Nós

Nós somos tudo isto. Um pouco da dor e do desejo da vida, a linguagem que assimilamos, a sutil nevralgia dos gestos e a discutível precisão da palavra. Hoje vou repensar a vida, a loucura dos anos, cheios do que não se cabe... Nós somos tudo isso. O relápso e o profundo, o que é ferido e o que fere, o amor à flor da pele, que não combina com este mundo...

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Filosofando...

A vida é uma circunsferência, formada por coerências e negligências. Longe de começo e fim, é apenas o meio.  O tempo latente, mero personagem. O corpo presente,

é só instrumento. O pensamento insistente, nem  sempre nos torna mais gente...Com alma inquieta vou de rainha a indigente, me mato e me salvo. Bem-vindos à existência, campeonato de tiro ao alvo.

domingo, 16 de agosto de 2020

Urgência

Precisamos desenvolver a capacidade de nos colocar no lugar do outro. Quem sabe assim, enquanto a educação capenga, nós que somos prepotentes, cruéis e insanos, comecemos de uma vez por todas, sermos verdadeiramente humanos. Arrotamos inteligência, quando empatia é a nossa urgência!

sábado, 15 de agosto de 2020

Autoleitura

Às vezes afago, às vezes afogo. Não é  trocadilho, é alma fora dos trilhos.

É trem desembestado a procura de caminho. Não é vôo, é ninho. Não é resposta, é pergunta. Não é pássaro, é ar. Não é simples busca, é vida brusca. E mesmo cansada peço bis. Está na ousadia afiada, meu insensato raio x.