Ri, chora
Dá exemplos sem demora
Pede ajuda, agradece
Vê sentido em uma prece
Na loucura se debate
Mergulha fundo, rejeita o mundo
Nega padrões noite e dia
Entorpece a rebeldia
Fala da família
Dos erros de uma geração
Coloca as falhas humanas
No mesmo caldeirão
Entende de circuitos
De máquinas, de sistemas
Se impressiona sobre o tanto
Que a vida é pequena
Decifra o pobre
Contesta o impuro
Aponta a santa
Arrebenta o muro
Encontra sabedoria
Desvenda um mantra
Interpreta caminhos
Mas não se encanta
Em vez de somar
Corpo e mente
Vive olho por olho
Dente por dente
Domina o discurso
Imagina o novo milênio
Me ensina sobre as moléculas
De carbono e oxigênio
Num flash de contradição
Diante da alma cética
Diz que ama a vida
Mas não consegue
Enxergar a ética
Se ocupa de vazios
Que deve explodir ou preencher
Se apavora todo dia
Com o duro amanhecer
Propaga a verdade
Construída na dor
O homem que amo é assim
Um furacão no mundo
Uma razão latente
De sensibilidade gritante
Num caos silente
Enquanto sofrem os outros com a busca
Ele sofre com a certeza
De tudo aquilo que sente
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