Te desejava calada, hoje delato o amor. De platônico a gastronômico. Em meu pensamento te amasso, em fino purê te desfaço,
mastigo seu corpo, lambuzo minha alma, pimenta no toque, refresco nos olhos, desejo que acalma. Mas em dias tensos, ausência é tortura, com beijos pretensos, faço fritura. Depois te cozinho, te pico e trituro. Um dente de alho, olho por olho, até virar molho, que sobre mim jogo, marcando o sabor. Me dou renovada e destemperada, alimento o amor...
Luciana Crepaldi