Ele acreditava que as respostas ficavam num eixo localizado entre a latitude e a longitude da alma e que por isso a vida estava desvendada. Engano. Havia respostas caleidoscópicas, hemisférios obscuros, vértices trêmulos, verdades mutantes, oxítonas tímidas, tormentas escondidas, pêndulos confusos, posturas flácidas. Quando a profundidade escancarava seus tentáculos, ele desejava a superfície. Inútil! Havia
perguntas empilhadas, dúvidas maltrapilhas, cúpulas dissimuladas, âmagos vazios, intenções mutiladas, murmúrio de caminhos, rótulos oportunistas, nenhuma pista. Ele desejava a brisa, mas foi sugado pela ventania. Era nela que estava a linguagem do vento, que nasceu pra mudar tudo de lugar. Era fato. Quando sucumbiu, ele a tudo descobriu.Quem sou eu

- Luciana Crepaldi
- Nasci em Pres. Prudente, me formei em jornalismo pela Unesp de Bauru. Morei quatro anos nos Estados Unidos, onde estudei Inglês na Rutgers University of Newark - New Jersey. Completei 20 anos de carreira trabalhando nas redações das TV's Bandeirantes, SBT, Record e afiliadas da Rede Globo. A maior parte do tempo como repórter. Também dei aula de redação jornalística na Universidade Federal de Mato Grosso - Cuiabá. Fui editora de texto por 5 anos na TV TEM de São José do Rio Preto. Atualmente trabalho na Secretaria do Meio Ambiente. Tenho um interesse profundo pela poesia. Na fila para edição estão um livro de poesias e um infantil. O poema "Dilata" postado nesse Blog foi pra fase regional do Mapa Cultural Paulista. O romance "A queda da Manga" foi uma das quatro obras selecionadas pelo 'Concurso Nelson Seixas' de fomento à Cultura de Rio Preto. Gosto de gente simples, verdadeira. Do mesmo jeito que curto interagir com as pessoas, também fico muito bem sozinha.
domingo, 20 de setembro de 2020
quarta-feira, 9 de setembro de 2020
Cordel de eleição
terça-feira, 8 de setembro de 2020
O relógio
domingo, 6 de setembro de 2020
Abandono
Delira a mulher idosa. Balbucia na espuma da boca, nenhuma palavra audível. Alucina-se com flores amarelas e ninguém sabe o motivo. Não se lembra da infância, da mocidade, nem do nome dos filhos. Uma avenida escura no tempo, cravou o peito sem piedade, apagando as lembranças. Por ironia, o esquecimento é inofensivo como uma navalha deitada. Ela está só e disso sabe. Mas é inútil entender agora o desbravador caminho das rugas, as flores amarelas que vêm como um relâmpago na memória. Quieta ela olha pra janela,
então faz o que lhe resta. Aspira a alucinação perfumada. Deixa um sopro a levar pela fresta...sexta-feira, 4 de setembro de 2020
Aprendi com os amigos
"Amor, é o contrário de preguiça" (Pês). "Perdoar é não devolver a ofensa"(Momente). "Quando você está em ausência, fica do tamanho do mundo"(Waldery). "A morte é uma saudade que não tem jeito"(Canela). "Era uma vez dois amigos. Um se chamava outro e o outro se chamava um" (Biba). "Os tiranos nos
jogam pra frente"(Vinícius). "Somos o caseiro da fazenda de Deus. Temos que cuidar de toda a criação".(Chrishna)